domingo, 1 de abril de 2018

Ameigações e outras desforras

Carlos Eduardo Florence *
Cambou por cisma no rastro das poeiras, sem nem arregaçar as soberbas valentias que carregava no entranhado do coração apaixonado e nos baldrames apelegados. Tudo vinha por conta dos enviesados das almas como deus exigia nas atitudes corretas empertigadas sobre o cotidiano mesmo, igualado nas prerrogativas e se fez rabiscando com as pontas dos olhos melancólicos os horizontes para ver se choveria ou o canarinho cantaria para o sol se pôr correto. Poetizou no pensamento e verbalizou nas falas. Entardeceu nas horizontais tristezas, pois notou nos distanciados das vistas próprias, tanto que só repousou a sobeja quando perpendiculou os infinitos fazendo o padre nosso pelas canhotas sem desaforos e nem indiscretou por imposição das nostalgias ainda sabendo o faltado de muito chão para achegar à Rosinha.

Pois teria nestas refregas de chãos acavalados a se seguirem uns depois dos outros, ao atropar mulada até o fim do entardecer para merecer pouso pousado que se desse por bem merecido e saberia o demônio só quando. Era assim que arredondava no tempo as ideias, sozinho de quem desajuizava diferente que estradasse por diferentes dias seguidos conversando com o destino, com os verdes e com os verbos das melancolias. Pois ponha sentido se a vida não é de malignanimidades desaforadas e outros destravados para quem tropeia xucradas tropas, meu senhor que me ouve agora nesta prosa de sina curta e poeira grossa? Pode desfazer da fala, mas era assim que se conversava dos advérbios e dos significantes quando se estradava rumos alongados por conta das desforras.

Vieram juntados no vento estas coisas antigas do muladeiro conhecido e aferrado em pedregulhos, quebradas e mais suas desforras, destino de gente braba e salmourada no sol, pois só posso contar como recebi estes proseados nos respeitos merecidos, sedimentados, por certo, que Acatácio, citadino de nascimento do Perempé Miúdo, lugarejo de desforras de pé de serra, por onde brotavam as estripulias dos aventados enviesados das coisas por se fazerem em refregas sistemáticas e bem mais adiante tendo as vistas dos lados da beira do Catimbau Grande, rio arrepiado de tormentoso e sistemático nas corredeiras, que ornava em cachoeira das Serras dos Vantapaus.

Não desmenti, nem tão pouco desacorçoei, foi, pois de onde vieram estas cantigas não era lugar de cafareu medroso procriar na despoja. Carregava Acatácio de infância, desde que assumira menino, um sotaque de sorriso insinuado, um trejeitado desandativo, desarvorado no arreliamento para amansar burro redomão, aparado tudo na cadência de amar mulher afeitada de bonita, descasada de compromissos, e cachaçar na desforra do truco safado. Não temperava nas contrafeitas e nem desfazia de coisa pouca para atribular fácil em briga, arribar cavalo xucro só por desafeto ou desmerecer serviços de natureza qualquer até nas horas dos pores dos sois. Com olhos grandes e o provérbio ficou parada no meio da dúvida esperando o destino se fazer poente e seguiu caminho repensando na vida.

Caminho e tarde se fizeram. O ameno cruzou a pinguela, melindrou o cavalo, a porteira se abriu nas retrancas da tropa que descruzou a saudade. O sorriso da moça Rosinha chamuscou na ponta da jornada que se acabara. Pois. Coisas simples são simples e agadanham o coração, quem souber outra, prometa, não vai desvirtuar.

* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/

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