quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Viagem à Palestina, onde se revive o apartheid

Richard Jakubaszko 
Um dos maiores horrores do século XX foi o vazamento radioativo da usina nuclear de Chernobyl (1984), em minha opinião, evidentemente. Outros eventos podem ser classificados nesta categoria, como a I e II Grandes Guerras, e as duas explosões de bombas atômicas no Japão, em Nagasaki e Hiroshima (agosto 1945), e também o holocausto executado pelos nazistas nos diversos campos de concentração que mantinham para extermínio coletivo de judeus, negros, homossexuais, deficientes físicos e mentais, tudo com o objetivo de um mito imbecil de se atingir maior pureza étnica. Mas a sociedade humana não aprende com a história.

Hoje, lamentavelmente, assistimos a dois holocaustos semelhantes, e que a mídia se cala ao não denunciar os seus horrores. Um deles é a perseguição em massa aos muçulmanos Rohingya, perseguidos em Mianmar, com fuga em massa para Bangladesh, são milhões de seres humanos, muitas crianças, com fome, doenças, concentrados em locais que os governos chamam de acampamentos, e não de prisões ou campos de concentração. Da mesma forma, em toda a Europa, paralelamente, milhões de pessoas fogem de seus países, especialmente África e países do Oriente Médio (Síria, Líbia, Argélia, Etiópia, Iraque, Afeganistão etc. e etc.), onde guerras fratricidas eliminam civis sem nenhuma cerimônia, sob as vistas da ONU e de seu inepto e engajado "Conselho de Segurança". Impedidos de entrar na Europa, são atirados ao mar, ou concentrados em "acampamentos provisórios".

  
No livro "Viagem à Palestina" (Ediouro, 2004 - 158 p), 10 escritores descrevem uma viagem conjunta feita à Palestina e Israel, em 2002, em nome do Parlamento Internacional dos Escritores. Cerca de 600 escritores, do mundo inteiro, nenhum brasileiro, subscreveram um manifesto ao qual não foi dada nenhuma resposta. 
Os 10 autores do livro relatam o que viram, exibem suas opiniões críticas ao horror implantado pelo exército israelense, desde a guerra dos 6 dias, em 1967, quando Israel invadiu e Palestina, tomou conta do território, e lá permanece até hoje com seus soldados, determinando o que os palestinos podem ou não fazer, e cada soldado tem o poder de um 007, pode matar sem precisar dar explicações. A Palestina, em verdade, é um imenso Campo de Concentração, um apartheid que não é diferente ao da África do Sul, dominado pelo exército israelense, e mais ainda a famosa Faixa de Gaza, mas desconhecida de fato, uma área de terras de poucos quilômetros quadrados. Tudo em nome de proteger cidadãos israelenses de ataques suicidas de palestinos nas cidades fronteiriças.

Terminei de ler o livro esta semana, encontrado acidentalmente num sebo. De 2004 até hoje, teve tiragem e circulação restrita, e nenhuma divulgação. Evidentemente que eu já conhecia os horrores praticados por Israel na Palestina, pouco noticiado pela mídia (na maioria, propriedade de judeus) no mundo inteiro, mas a forma como os 10 escritores relatam o que foi visto choca; me horroriza o silêncio da mídia, me causa estupefação ver governos "politicamente corretos" que apoiam incondicionalmente as ações terroristas de Israel, especialmente Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha. Vive-se um apartheid, um autêntico holocausto na Palestina, mas o mundo desconhece o que se passa por lá, o sofrimento do povo, com ações, conforme descrevem os autores de "Viagem à Palestina", de extrema humilhação. Pode-se afirmar, sem erro de exageros, que Israel é um estado terrorista, sob a complacência de outros países, da ONU e da mídia.

Tenho muitos amigos judeus, com alguns abordei o assunto, e fica claro o sentimento de vergonha que se apossa deles quando se fala da situação. Nenhum sequer ousou me perguntar, em tom de defesa de seu povo, algo como "e o que Israel poderia fazer mais, diante da situação?". Muitos disseram que isso tem de ser encerrado, pela paz, de qualquer forma.
 
Eu já havia denunciado essa questão, aqui no blog, em julho de 2014, vejam aqui: 
https://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2014/07/ai-ai-ai-filhos-de-israel-quanto-odio.html

Ai, ai, ai, filhos de Israel! Quanto ódio mais?

Até quando, filhos de Israel?
Quantas mortes mais?
Até quando, filhos de Israel poderosos, ricos, armados com altas tecnologias, manterão esse terrorismo de estado fratricida contra os portadores de estilingues e de mísseis obsoletos e sem pontaria?
Ação e reação...
Quanta mentira!
Só se percebe ódio...

Olho por olho?
Não, mísseis contra pedradas e estilingadas...
Mortes, sofrimento, um holocausto em pleno século XXI!
É uma vergonha o que se assiste em Israel, perpetrado por um povo com mais de 5 mil anos de história, que deveria ter a sabedoria, mas que se outorga o direito da força.
O mundo assiste na TV, em silêncio, ao terror de estado.
Traz desesperança para a humanidade, desconstrói, sem exemplos, sem futuro.
Alimenta mais ódio.
Ó filhos de Israel!
O que David diria disso tudo?


Bom, um leitor, amigo, comentou no blog:
Richard, o que diria Davi?
David era um monstro! Acharia pouco. A história de Davi é a de um conquistador que não hesitou em matar quem estivesse na frente de seus objetivos. Para azar dos outros, em nome de Jeová, sem culpas.
Agora eu não sei quem é mais fanático e perverso, Islamitas ou judeus. Em termos de violência, incluo polacos, ucranianos e russos. A diferença é que judeus e islamitas o fazem em nome de seus Deuses. Os eslavos e outros povos, americanos e ingleses, especialmente, em função de territórios e orgulhos nacionalistas.
DANIEL STRUTENSKEY MACEDO



Pergunto, de novo: Até quando isso vai continuar?
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