segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Green roof (ou telhados verdes) um modismo?

Richard Jakubaszko
Diante da poluição nas grandes cidades, da falta de verde, e sem alternativas, as pessoas dão vazão à criatividade e andam construindo prédios com "telhados verdes", chamados lá fora de green roof.

EUA: prédio adaptado.

Os arquitetos e paisagistas exibem uma criatividade que não parece ter limites. Já existem no Brasil, mas são raras essas demonstrações; São Paulo é uma cidade com muito mais verde do que qualquer outra grande cidade americana. Perdemos para as poucas metrópoles europeias, lá o verde é cultuado, cultivado e preservado. 
Chicago: prédio planejado e construído com o green roof

Lembremos que as reservas florestais na Europa representam menos de 1% da área verde de 2 ou 3 séculos atrás, enquanto no Brasil ainda temos mais de 60% das matas de quando os lusitanos aqui chegaram em 1500.

Abordo essa questão no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?". Uma delas é o calor refletido pelo concreto, asfalto e excesso de vidros, além do calor gerado nos motores dos automóveis, e isso faz com que grandes cidades cheguem a ter de 5º a 7º graus Celsius de diferença entre suas áreas centrais e as periferias, por vezes menos de 15 km de distância em linha reta.
No topo do prédio (EUA), um oásis.
Local: Canadá. Prédio planejado.

Centro de convenções em construção: Canadá.
Chicago: prédio planejado.
Alemanha: um dos países, como o Canadá, entusiastas do green roof.
África do Sul: edifício comercial, planejado.
Inglaterra: parece uma maquete para residências de bom padrão.
Em Cingapura, até os donos do hambúrguer aderiram à moda.
Este prédio pode estar na Rússia ou na Turquia.
EUA, todo grande prédio novo construído tem seu green roof.
Inglaterra, escritórios aderiram, em centros planejados.
Incapazes de abrir mão dos seus possantes, as pessoas buscam paliativos e desculpas para sobreviver. Os urbanos são, desta forma, os grandes avalistas da grande mentira do século XXI, que demoniza o CO2, o gás da vida. Os culpados não são eles, segundo a crença, são os produtores rurais. Esquecem os urbanos que sobrevivem em ambientes inóspitos à vida humana, nessas autênticas selvas de concreto.
Quer conhecer a verdade? Sobre a mentira do aquecimento, e do Co2? Leia o meu livro: a verdade custa apenas R$ 40,00 (mais taxa de correio): fone 11 3879.7099 ou pelo e-mail co2clima@gmail.com
Green roof nas laterais dos prédios são comuns, na Bélgica, ou Barcelona.
Na Escócia, uso criativo.
A impressão que dá, é que a casa vai desabar com o peso...
Residência, na Alemanha.
Algum ponto da Alemanha.
A igreja também aderiu ao verde, que te quero verde...
Até casinha de cachorro vale...
A verdade é que green roof custa caro, e tem de ser planejado.


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sábado, 29 de agosto de 2015

Mamíferos, humanos e outros...

Richard Jakubaszko 
Relembremos: "Para coroar a paz global do Paraíso, haverá a restauração da harmonia existente entre os humanos e os animais no Éden" (Gênesis 1:26-31).

"Hoje em dia, o homem teme muitos animais e, ao mesmo tempo, é uma ameaça para eles. Seja qual for o meio pelo qual Deus mantinha a harmonia entre os homens e os animais no Éden, Ele o utilizará no Paraíso; assim, o domínio amoroso do homem sobre os animais será de novo uma realidade: Naquele dia certamente concluirei para eles um pacto em conexão com o animal selvático do campo, e com a criatura voadora dos céus, e com a coisa rastejante do solo" (Oséias 2:18).

Com que resultado? "Vou concluir com elas um pacto de paz, e hei de fazer cessar na terra a fera nociva, e elas realmente morarão no ermo com segurança e dormirão nas florestas" (Ezequiel 34:25).

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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Como se mede a temperatura no planeta?

Richard Jakubaszko
As fotos mostram porque as temperaturas estão "mais altas", e crescendo...

Parece piada... Também pudera, não é? Só tem concreto em volta dos sensores de medição...
É só ver a temperatura nas áreas centrais das grandes cidades: estão de 4ºC a 7ºC acima das registradas nas periferias dessas cidades, onde a vegetação está presente de forma mais exuberante.
Fotos enviadas pelo físico José Carlos Parente de Oliveira, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará, co-autor do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", obra na qual tenho ainda a companhia de Luiz Carlos Baldicero Molion, e também de um grupo fantástico de cientistas e profissionais de áreas correlatas, como Geraldo Luis Lino, Odo Primavesi, Evaristo Eduardo de Miranda, Fernando Penteado Cardoso, Ângelo Paes de Camargo (in memoriam).
Para comprar o livro (R$ 40,00 + despesas postais), envie e-mail para co2clima@gmail.com ou ligue 11 3879.7099 na DBO Editores, com Cristiane.

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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

4 erros que surgem a cada escândalo de corrupção


Por Jean Wyllys, no facebook: reflexões sobre a corrupção.
Existem quatro erros comuns que se repetem cada vez que um caso de corrupção vem à tona e se transforma no “escândalo”, sobre os quais precisamos refletir:

1) O problema da corrupção não são os casos individuais, porém, cada vez que um caso de corrupção estoura na mídia, é tratado como se fosse um caso isolado. Assistimos, então, à construção de um “vilão”, sobre o qual recai a culpa por algo que não é mais do que um sintoma de um problema sistêmico. Nenhum partido (nem o PSOL) está isento de ter, em suas fileiras, um corrupto. Se o problema fosse apenas existirem pessoas corruptas, não seria tão grave: a solução seria apenas identificar e expulsá-las. Mas sabemos que o problema não é esse.

A corrupção é um componente inevitável de um sistema de governo em que as campanhas são financiadas por bancos, empreiteiras, empresários do agronegócio, igrejas fundamentalistas milionárias e todo tipo de lobistas; a governabilidade se garante comprando votos no Congresso (e o “mensalão”, seja petista ou tucano, não é a única maneira de se fazer isso; existem formas indiretas, como a distribuição, entre partidos aliados, de ministérios e órgãos públicos em função não do mérito, mas do orçamento) e governantes e parlamentares se preocupam mais em agradar empresários e corporações do que em manter o espírito republicano.

2) O problema da corrupção não é só moral. O “udenismo” costuma dominar o debate sobre a corrupção, e tudo é reduzido a desvios éticos individuais. A corrupção é também um problema econômico (porque são bilhões de reais que “somem” do orçamento da União, dos estados e dos municípios) e, sobretudo, um problema POLÍTICO. Não é por acaso que o PT, que antigamente era visto como o partido da ética, passou a se envolver cada vez mais casos de corrupção desde que chegou aos governos.

A corrupção acompanhou a aliança com o poder financeiro e o agronegócio; veio junto com submissão ao fundamentalismo religioso e com os acordos cada vez mais escandalosos com pilantras disfarçados de pastores que dominam o Congresso; acompanhou o uso da repressão contra o povo nas ruas e a adoção do discurso da “segurança nacional” que, no passado, foi usado para reprimir aqueles que hoje estão no governo. Ou seja, o que houve não foi uma degradação moral, mas uma renúncia ideológica e programática.

E, por isso, a grana e os privilégios do poder substituíram, em muitos petistas (não em todos nem mesmo na maioria militante!), as convicções e a vontade de mudar o mundo como razão para se engajar na política. Então, se realmente quisermos acabar com a corrupção, o primeiro passo é voltar a dotar a política de sentido e conteúdo, para que mais gente entre nela desejando mudar o mundo e não ficar rico.

3) O problema da corrupção não é apenas a violação das normas, mas o fato de ela muitas vezes ser as próprias normas. Um bom exemplo disso é o financiamento de campanhas, que está sendo julgado pelo STF: se um candidato faz uma campanha milionária financiada por empreiteiras e empresas do transporte e, já eleito, tem que decidir entre aumentar ou não a passagem de ônibus ou tem de escolher entre os direitos dos moradores e os interesses de uma empresa cujo projeto imobiliário implica em removê-los, qual será mesmo a escolha dele? Se um senador teve sua campanha financiada pelo agronegócio, vai votar a favor de que tipo de Código Florestal?

Sendo assim, esse sistema eleitoral, que leva à formação de mega-coligações para garantir a governabilidade, não pode prescindir da corrupção. Ou vocês acham que o partido do sistema, que já foi aliado de petistas e tucanos, vai votar as leis porque lhe parecem boas se não tiver mais dois ministérios em troca? Tem inúmeras condições estruturais que favorecem ou até impõem a corrupção como combustível necessário para o funcionamento do sistema. Por isso, de nada adianta fazer, da corrupção, um problema apenas moral se não fizermos mudanças estruturais; se não mudarmos as regras do jogo.
4) A corrupção não é o único nem o mais importante problema da política. Vamos supor, por um instante, que fulano, candidato a presidente, governador ou prefeito, é uma pessoa comprovadamente honesta, no sentido mais restrito do termo: jamais usaria do cargo para se beneficiar ou beneficiar amigos e familiares; jamais enriqueceria com dinheiro público; jamais roubaria ou seria cúmplice ou partícipe de um roubo. Contudo, esse mesmo fulano defende uma política econômica que prejudica os trabalhadores; é fundamentalista, racista, homofóbico, tem ideias ultrapassadas sobre as relações humanas; é autoritário, personalista e etc. logo, a honestidade dever ser um dos requisitos para se escolher um político, mas não podemos nos esquecer de que o mais importante é a política que ele faz ou propõe: as ideias, o programa, a visão de mundo, os interesses em jogo.

Colocar a corrupção (vista, como já dissemos, como um problema moral, exclusivamente individual, identificado apenas com um determinado setor político e, ao mesmo tempo, despolitizado no sentido mais amplo) é também uma forma de esconder os verdadeiros debates de que o país precisa, como se todos os nossos problemas se reduzissem a três ou quatro escândalos convenientemente destacados nas manchetes.

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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A mudança do eixo do poder


Por André Araújo
Pela primeira vez na República, o eixo determinante do Poder, aquele que rege o Estado, sai do Executivo-Legislativo e passa para o aparelho Judiciário, ai incluída a Polícia Federal, hoje parte desse aparelho e a ele completamente agregado.

A mudança foi pouco percebida pela classe política, entretida em suas brigas internas de baixa altitude.

Quem manda é quem pode prender qualquer membro dos poderes Executivo e Legislativo a qualquer momento, através de narrativas arbitradas pelo aparelho Judiciário, sem contraste e sem possibilidade de defesa prévia para evitar a prisão, a devassa, o bloqueio de bens, a humilhação, o escracho, a liquidação de empresas tradicionais.

Quem pode prender pode ameaçar de prender e essa ameaça é o Poder de Fato.

Qualquer político hoje pode ser preso a qualquer momento pelo aparelho Judiciário conhecido como "força-tarefa", que inclui, na prática, não só o juiz federal de Curitiba mas também os Tribunais Superiores que lhe dão aval.

No desenho do Estado Democrático que vem dos clássicos pensadores e operadores Charles Louis de Secondat (barão de Montesquieu), Alexis de Tocqueville, Thomas Jefferson e Alexander Hamilton, esse tipo de Estado que se contrapõe ao Estado Autoritário exige o mecanismo conhecido como CHECKS AND BALANCES, que seria CONTROLES E CONTRAPONTOS - cada Poder deve ser controlado pelos outros dois, de modo a um fiscalizar o outro.

No momento atual, o governo da força tarefa não se submete ao controle dos outros dois Poderes, é absolutamente autônomo em relação a eles, é o verdadeiro PODER de fato e o Estado deixa de ser democrático para ser autoritário.

O Poder Executivo e o Poder Legislativo são hoje MENORES E MAIS FRACOS que o governo da força tarefa que é que dá a agenda da vida política do País. Todos estão na dependência do que é resolvido em Curitiba, a nova capital política do Brasil. O domínio do poder não se dá pela lei, mas pela INTERPRETAÇÃO DA LEI.

A garantia tradicional do DIREITO POSITIVO que é o conjunto de regras escritas que fundamenta o espírito do Estado de Direito no modelo brasileiro herdado dos princípios do Direito Romano transformado pelo Direito Civil francês foi substituído, pela falta de atenção dos outros poderes, por princípios completamente alheios ao direito positivo que é a base do arcabouço do Estado Democrático brasileiro por REGRAS IMPORTADAS de outro sistema de direito, o anglo-americano e essas Regras são IMPLANTES não assimiláveis pelo corpo legal legitimador do Estado Democrático brasileiro.

Regras como DOMÍNIO DO FATO e DELAÇÃO PREMIADA são do direito anglo-americano. MAS lá são aplicadas com muito maior prudência que no Brasil, a delação não se faz com réu preso e nem se vaza imediatamente o teor das delações, por exemplo. Importamos sem critério e sem cuidados, importamos como PEÇA PIRATA para encaixar no mecanismo original de um sistema jurídico sólido e consolidado, hoje estraçalhado por vírus invasores.

A culpa se deve a incultura, à ignorância , à falta de bons filtros que examinem essas importações exóticas antes que virem leis e jurisprudência. Agora é um pouco tarde e só um novo regime autoritário pode expurgar esses princípios estranhos que aboliram as garantias constitucionais, base do Estado Democrático de Direito.

O PODER DE FATO hoje não tem "controles e contrapontos". Os Poderes Executivo e Legislativo não podem indagar, por exemplo, como se estabelecem métodos e critérios de concursos para juízes e procuradores, quais os mecanismos de promoção na carreira. No entanto o Poder Judiciário pode indagar, investigar e mudar regras dentro dos Legislativos e do Executivo, punir seus membros, mudar procedimentos, dizer o que pode e o que não pode nos outros Poderes.

Publicado originalmente no http://jornalggn.com.br/noticia/a-mudanca-do-eixo-do-poder-por-andre-araujo

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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Redesenho do mapa econômico global

Marcos Sawaya Jank *

Blocos Econômicos
No inicio deste mês, o "Financial Times" publicou uma série de artigos mostrando as graves inconsistências da definição de "economias emergentes", uma panaceia que reúne países com enorme disparidade de tamanho, renda e governança.

A ideia de que os chamados países desenvolvidos estão no "centro" gravitacional do mundo e os emergentes na "periferia" não faz mais sentido.

Primeiro, porque hoje a "periferia" já é maior do que o "centro", seja em tamanho e crescimento do PIB, volume de exportações, acúmulo de reservas internacionais e até mesmo na venda de carros, no consumo de petróleo e outros indicadores.

Segundo, porque a própria palavra "emergentes" dá uma falsa sensação de que haveria um caminho contínuo e inexorável de melhoria para os países "em desenvolvimento". Ocorre que no mundo real hoje temos exemplos de "emergentes" que caminham para a frente, para o lado e para trás. Há emergentes que já superaram os desenvolvidos, como os tigres asiáticos e alguns países árabes. Mas há também casos de países emergentes e mesmo de países desenvolvidos, alguns com um fabuloso histórico de dominância global, que hoje estão literalmente "imergindo", como Portugal, Espanha, Grécia, Rússia, Argentina e Brasil, infelizmente.

O "Financial Times" apresenta nada menos que seis matrizes alternativas para redefinir países emergentes, numa tentativa de redesenhar o mapa do mundo. Os critérios são vários. Um expert propõe medir desenvolvimento por meio dos dados de 440 cidades emergentes, em vez de comparar países. Outro usa o critério do regime de governo. Outros agrupam os países em clusters, usando variáveis como nível de educação e saúde, tamanho da população e clima político. Outros, ainda, usam variáveis econômico-financeiras como competitividade, ratings de crédito, penetração do mercado acionário e valorização da taxa de câmbio.

Algumas sugestões são claramente falaciosas, como a ideia de que a "emergência" estaria ligada à combinação de superavit na conta corrente com exportação de manufaturados, em vez de commodities. Não consigo ver por que a característica do produto exportado seria um indicador de maior ou menor desenvolvimento. A economia nos ensina que o que interessa não é o que o país exporta, mas sim como ele exporta em relação aos seus maiores concorrentes. Não há nada errado em exportar commodities se somos melhores que o resto do mundo, como ocorre no agronegócio. Commodities estão associadas com volatilidade, e não com nível de desenvolvimento.

Nenhuma definição me convenceu até aqui. Agora, quando olhamos para as características básicas dos emergentes que deram certo, vamos observar que: são países relativamente pequenos, com eleitorados homogêneos, possuem instituições estáveis, respeitam o Estado de Direito, têm boa governança e combatem duramente a corrupção. Alguns são conhecidos pelo investimento em educação, outros por serem economias abertas que estimulam a concorrência, os investimentos e a inovação.

Nos últimos dez anos, os melhores exemplos estão nos emergentes da Ásia, que simplesmente roubaram dez pontos percentuais do mundo desenvolvido no PIB total. O resto do mundo basicamente ficou no mesmo lugar, em termos relativos. Não há segredo. Basta observar e fazer o que deu certo.

* o autor é especialista em questões globais do agronegócio.

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domingo, 23 de agosto de 2015

Por que Lula não aceitou ser ministro?

Ricardo Amaral *
Ao recusar um posto no ministério da presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula produziu um raro momento de grandeza na cena política brasileira. Lula considera indigno de sua história buscar, no foro privilegiado, o salvo-conduto contra as arbitrariedades da hora. Virar ministro seria criar um constrangimento para o governo e para a presidenta. E isso Lula não fará jamais. É assim que se comporta um líder, que não precisa de cargos para exercer a política e dispensa refúgio para a dignidade afrontada.

Na plena vigência do estado de direito, Lula não teria nada a temer. Não cometeu nenhum crime, antes, durante ou depois de governar o País. Sua atividade como palestrante é o resultado da projeção internacional que conquistou. Recolhe impostos pelo que ganha licitamente. Não faz lobby, consultoria nem intermediação de negócios. O Instituto Lula não recebe dinheiro público, nem direta nem indiretamente. Mas, e daí?

No ambiente de terror policial insuflado pela oposição e pela mídia, Lula tornou-se alvo de toda sorte de violência. Agentes do terror lançaram uma bomba na sede do Instituto Lula. Agentes do Estado, que deveriam estar submetidos à Lei e à hierarquia, quebraram ilegalmente o sigilo bancário do ex-presidente e de um de seus filhos. As pegadas sujas do crime estão nas páginas de uma revista sórdida esta semana. Quebraram o sigilo de suas comunicações e, ao invés de denunciá-la, parte da imprensa associou-se à meganha bandida.

Há fortes motivos para crer que o próximo passo seja submeter Lula aos métodos parajudiciais da República de Curitiba: o mandado cego de busca; a condução coercitiva para mero depoimento; a prisão “preventiva” pela simples razão de que o sujeito está solto. Os vazamentos seletivos dos últimos dias desmoralizaram as negativas formais do juiz e dos promotores da Lava Jato: Lula é, sim, o alvo cobiçado da operação. Não para ser processado, pois não há acusação contra ele, mas para ser humilhado diante das câmeras.

No estado de exceção a que se encontra sujeita uma parte do País, ninguém poderia negar razão a Lula caso aceitasse a oferta solidária e leal da presidenta Dilma. Ministro, ele estaria a salvo das arbitrariedades da primeira instância e do terror policial-midiático. Mas Lula não é um ex-presidente qualquer – e nisso é preciso concordar, por razões opostas, com o autor original da frase: Merval Pereira.

O imortal do Globo sustenta que Lula não pode ser tratado como um cidadão de pleno direito, porque continua sendo um líder muito influente cinco anos depois de ter deixado o Planalto. Trapaça da história: o promotor que denunciou Lula na LSN por um discurso contra a ditadura, em 1980, também sustentou que a ameaça à segurança nacional não estava exatamente nas palavras do metalúrgico, mas na influência que ele exercia sobre as plateias.

De volta ao imortal: Lula não pode fazer palestras para empresas contratadas pelo governo (Merval talvez ignore que seu patrão, o Infoglobo, que tem contratos milionários com o governo, já contratou palestra de Lula). O Instituto Lula não pode receber doações empresariais (só o Instituto FHC pode, e pode até receber doação da estatal tucana Sabesp). Lula não pode encontrar governantes estrangeiros (embora seja o brasileiro mais respeitado ao redor do mundo). E, se isso fosse possível, Lula não poderia fazer política.

Este raciocínio autoritário, parcial e preconceituoso sustenta as torpezas cometidas contra Lula (e contra a verdade) pelos veículos e colunistas amestrados sob influência do sublacerdismo tosco e tardio que emana da rua Irineu Marinho. É o que explica as manchetes mentirosas atribuindo a Lula a propriedade de um apartamento que ele não tem, os “voos sigilosos” (em aviões invisíveis?), as “reuniões secretas” (em auditórios públicos, com cobertura da imprensa), os telegramas oficiais grosseiramente manipulados para virar notícia.

Lula é atacado justamente por ser o mais influente líder popular que o Brasil já conheceu. E por ser o maior obstáculo ao projeto regressista e conversador que, frustrada a aventura golpista, por suas contradições políticas e econômicas, precisa eliminar a liderança de Lula antes das eleições de 2018. A Pax Marinho, que ninguém se engane, é um movimento das elites econômicas para garantir a estabilidade necessária ao ambiente de negócios. Não é um pacto para preservar Dilma. E muito menos, para preservar Lula.

O que preserva Lula é sua liderança, sua coerência e seu caráter. Ao recusar o ministério, Lula promoveu um magnífico contraste com personagens políticos, institucionais e midiáticos nesta que é a mais rebaixada quadra da disputa política desde a redemocratização. Enquanto alguns ousam sequestrar instituições, para salvar a pele ou perseguir adversários, e outros se omitem de suas responsabilidades republicanas, por covardia ou conveniência, Lula decidiu simplesmente portar-se com dignidade.

A recusa de Lula é um gesto fundamentalmente moral. É corajoso, porque arrosta a arbitrariedade, e desprendido, porque preserva a presidenta. É mais uma lição do ex-retirante, ex-engraxate, ex-metalúrgico, ex-sindicalista, para a educação política desta e de outras gerações. Isso é incompreensível para os abutres que tentam medi-lo pela régua de seu próprio e mesquinho caráter. Lula não é mesmo um ex-presidente qualquer. Lula é um líder.

* o autor é jornalista. Artigo publicado originalmente na Folha de São Paulo.

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sábado, 22 de agosto de 2015

livro CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando, sim!

Richard Jakubaszko
Fui entrevistado por Otávio Ceschi Júnior, apresentador do programa Dia a dia Rural, do Canal TerraViva, da BandNews, nesta semana, e suspeito ter deixado o Otavinho surpreso com tanta ênfase aplicada nas respostas sobre o suposto aquecimento e nas explicações sobre o conteúdo do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?". Por ser TV, e apesar de terem sido 12 minutos de entrevista, o que é muito tempo em TV, dá para se considerar como uma amostra grátis do conteúdo do livro.

Assista o vídeo, abaixo, e saiba que a sua forma de participar do debate é ler o livro e tomar conhecimento das denúncias feitas. O CO2 é o gás da vida, sem ele não existiriam as plantas, e sem elas os humanos e animais não teriam alimentos para sobreviver, pense nisso!
O livro não está à venda em livrarias, apenas pela internet, através do e-mail co2clima@gmail.com ou pelo fone 11 3879.7099 - custa R$ 40,00 mais despesas postais.
Experimentalmente estamos colocando exemplares do livro à venda em bancas de jornais na capital, em São Paulo.

O livro foi censurado por uma editora de universidade, tem sido censurado pela grande mídia, que não publica uma única nota de divulgação da obra, e pela omissão de um gigantesco número de pessoas, que olham o trabalho como se fosse uma extravagância pitoresca de um jornalista, ou como se não fosse um assunto importante para a vida delas. Isso é tão ruim como a censura direta.
Mas o livro tem sido vendido a uma minoria de pessoas, gente que se recusa a aceitar mentiras impostas por interesses excusos.

Uma observação importante: cometi um erro, culpa do fato de ser um programa ao vivo, onde não se pode cometer erros, mas acaba se cometendo. Quando explico a origem da emissão de gases de efeito estuda (GEE), afirmo que 97% dos GEE são feitos pela "ciência", e este foi o erro, eu queria dizer, na verdade, que são emitidos pela natureza, e que esta não pode ser controlada por nós humanos. Perdoem-me o ato falho.

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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O poder transformador da educação no campo

João Rebequi *
Vivemos em uma era na qual um dos grandes desafios no campo é a educação e comunicação em prol da sustentabilidade e segurança. Mas como fazer crescer a conscientização, força motriz do desenvolvimento sustentável?
 

No Brasil, temos grandes exemplos entre ações de marketing das grandes companhias, que conquistam engajamento e promovem o conhecimento junto aos colaboradores do campo. Nesse cenário, o marketing rural surge como peça importante na engrenagem voltada para a conscientização dos trabalhadores. Requer investimentos de grandes proporções, é preciso considerar, mas, em contrapartida, também consolida as companhias. Uma via de mão dupla com papel educativo.

Há décadas existem bons exemplos de ações privadas que levam capacitação e treinamento aos produtores do país, promovendo um olhar atual sobre segurança e tecnologia. Falamos aqui desde ações pontuais das companhias, como projetos de formação como Formação de Montadores (promovido para capacitar jovens), Aplique Bem (treinamento de aplicadores de defensivos), Pequenas Histórias de Plantar e Colher (projeto para crianças), Certificação Aeroagrícola (curso para aplicação de defensivos por via aérea), Plantando o 7 (teatro infantil), Planeta Faminto (websérie sobre agricultura), Desafio 2050 (sobre segurança alimentar), entre outros. Com elas, conquista-se engajamento dos colaboradores do campo e até mesmo das crianças, que disseminam o aprendizado nas famílias.

Agora, temos mais canais para isso. As redes sociais permitem a disseminação das campanhas também para a população urbana, por vezes dominada pelo senso comum e com pouco conhecimento sobre a realidade rural. Mais uma vez, as empresas de agronegócio entraram no jogo, com páginas, vídeos e fóruns. A parceria com as redes sociais e diversas mídias é essencial para educação e conscientização na área de tecnologia, segurança alimentar e, claro, sustentabilidade, sem deixar de lado gestão de pessoas. É o marketing agindo em prol da educação e do desenvolvimento.


* o autor é presidente da Valmont e vice-presidente da Abimaq..

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Aécio, o golpista dissimulado.

Richard Jakubaszko
Tancredo Neves, o avô de Aécio, deve estar dando cambalhotas em seu túmulo, a julgar pelas últimas atividades do neto golpista. Esse sujeito deveria é procurar um terapeuta, faz 10 meses que perdeu as eleições, mas ainda está inconformado, e inconsolável... E agora? Eles vão de Cunha, ou vão gritar "fora Cunha!". E, sem Cunha, ou com o Cunha de hoje, o PSDB, Aécio, FHC e todos os outros tucanos ficam a pé...


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