domingo, 15 de fevereiro de 2015

Piketty no Roda Viva

Richard Jakubaszko 
O jovem professor francês Thomas Piketty foi o entrevistado do Roda Viva, na TV Cultura, quando reafirmou algumas posições colocadas em seu livro best seller, O Capital no século XXI.
Divulgo o vídeo para interessados no assunto economia e que ainda não leram o livro de Piketty. Assisti a entrevista, não vi nada de novo em relação ao que já saiu na mídia sobre as ideias do professor, mas tem coisas ineterssantes. Acredito, ainda, que os entrevistadores perderam uma ótima oportunidade para debater em profundidade a crise internacional, ao invés de ficarem colocando questões brasileiras, tanto do ponto de vista econômico como de políticas públicas, às quais Piketty não tem conhecimento profundo, como ele mesmo afirmou em mais de duas oportunidades.

Mais uma vez o Roda Viva deixou de ser um bom programa de entrevistas, como já foi no passado remoto e até mesmo recente. O moderador do programa, Augusto Nunes, é absolutamente inadequado e em nada contribuiu para tornar melhor o conteúdo, salvo apenas pelo brilhantismo objetivo do francês, que ainda teve de se esquivar de inconvenientes pegadinhas políticas dirigidas a ele por Lara Rezende e pelo próprio Augusto Nunes.

O professor Piketty apoia medidas que taxem diretamente os mais ricos, como forma de reduzir os problemas da desigualdade. Lá fora, como aqui no Brasil, os ricos pagam poucos impostos. Mas lá fora pagam mais do que aqui. De outro lado, neste ano de 2015, Piketty foi indicado para receber a condecoração máxima do governo francês, a medalha da Legião de Honra. Recusou o prêmio, afirmando que ao invés de conceder prêmios, o governo deveria estar mais preocupado em retomar o crescimento econômico na França e na Europa. Mas nada disso o Roda Viva explorou de forma objetiva.

A rigor, justiça seja feita, José Paulo Kupfer foi o único a fazer algum questionamento relevante ao professor, sobre os caminhos para a retomada do crescimento internacional, considerando que as taxas de juros da Europa, Japão e EUA andam iguais a zero e mesmo assim não há respostas positivas das economias. Mais de uma vez Augusto Nunes quebrou o ritmo para dar o breake comercial, mesmo sendo um programa previamente gravado.

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