sábado, 31 de janeiro de 2015

Ternura

Daniel Strutenskey Macedo

Casa feita de tijolos, uma fiada só, assentada pelo pai com barro do próprio local. O reboco foi feito com areia de um córrego próximo, sem lavar, amarela, misturada à cal virgem. A casa ainda vai crescer, mas por enquanto tem só três cômodos: um pra mãe e o pai, outro para nós três.

As paredes foram todas caiadas e agora, nesta noite, repousam iluminadas por tênues chamas de lamparinas que descansam no chão de cimento frio, longe dos móveis. Elas formam sombras bizarras, pois dançam à menor brisa.

No cômodo maior, o terceiro, que serve de cozinha e sala, a projeção de luz é mais forte: é a de um lampião que corta o breu das noites sem lua e permite que a gente reconheça as panelas e as peças de louças pelas suas sombras e brilhos.


No local onde o lampião está fixado, a parede ficou preta com a fumaça, mas não importa, é bom, pois com ele dá para ver as feições e o riso das pessoas. Depois do jantar, o colo da mãe é meu, pois sou o caçula. Estamos à espera do sono torcendo para ele não vir e a noite de aconchegos não terminar. Como é bom contar os causos da lida, ouvir e fazer promessas boas, criar expectativas, inventar histórias de fadas, sentir expressões de carinho.

Na cama, um colchão de algodão nos espera, já está modelado pelo uso. A gente se encaixa direitinho nele. O pijama de listras está curto, pois crescemos alguns centímetros. A mãe olha para o relógio e leva a gente pra cama, dá um beijo na bochecha de cada um e nos diz pertinho do ouvido: Deus lhe abençoe, meu filho; Deus lhe abençoe, minha filha.

Lá fora, os latidos dos cães chegam através da veneziana.

As canções dos grilos e rãs vêm da várzea, distantes, em coro.

A gente fantasia e dorme.

São lembranças que duram pra sempre, que moram na alma de um avô que um dia foi menino.
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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sementes para a vida

Richard Jakubaszko 
Mais um vídeo notável preparado pelas Comunicações da CNH Industrial, faz parte da série "Sementes para a vida", com imagens lindas do cotidiano rural, além de entrevistas com produtores rurais do mundo inteiro (EUA, Canadá, Rússia, China, França e Brasil).

O vídeo (em inglês) mostra o otimismo e a visão de futuro da New Holland (CNH Industrial) sobre a produção sustentável de alimentos no futuro breve, quando teremos de abastecer 9,3 bilhões de bocas no planeta. É a luta contra a fome, temos de preparar a sustentabilidade hoje, para sobreviver no futuro.
Nós e nossos descendentes.
A partir de 1º maio próximo, e que vai até 31 de outubro 2015, acontecerá a Expo Milão 2015, o maior evento da Itália neste ano, quando se discutirá alternativas para a produção sustentável de alimentos 

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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ciência não pode ser censurada, nem a imprensa.

Richard Jakubaszko 
Ciência, assim como a imprensa, em minha opinião, diria mesmo dogmática e convicção radical não pode sofrer censura. A ciência, assim como a imprensa, deve ser livre, para debater, contestar, polemizar, caso contrário fica estagnada. Censurar uma ou outra, limitar sua ação, traz consequências perversas para a sociedade, a começar pelo pensamento único.

O vídeo abaixo, que mostra uma palestra do cientista inglês Rupert Sheldrake no TED (Rupert Sheldrake - The Science Delusion), foi censurado e retirado do ar. Ficou a versão ancorada no Youtube que divulgo abaixo, legendada, e que é um soco no estômago de muitos setores da ciência como um todo, hoje cheia de dogmas, infiltrada de interesses comerciais e políticos, que impedem a evolução da própria ciência.
Vale a pena assistir a palestra no TED de Sheldrake, que é instigante, desafiadora, e provocativa, mas de forma saudável. Talvez por isso tenha sido banida do TED.
 
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sábado, 24 de janeiro de 2015

Falta água, falta energia e falta informação

Cilene Victor *

Falta água, falta energia e falta informação: o maior erro que governos e autoridades podem cometer em um processo de gerenciamento de crises e riscos é atribuir à imprensa a responsabilidade das ações de comunicação de riscos.

Já estamos vivendo um desastre ambiental provocado pelas mudanças climáticas, então deveriam entrar em cena dois campos da comunicação ainda subestimados pelas autoridades competentes: a comunicação de crise e a comunicação de riscos.

Mas para essas autoridades, a palavra comunicação é rapidamente confundida com disseminação de informação que, por sua vez, é atribuída à imprensa - grande erro!

Hoje cedo, ao ler os jornais, não vi nenhuma matéria que associasse o apagão de ontem ao nosso modelo de cultura, cada vez mais dependente de energia. A associação mais próxima, porém rasa, foi a do aumento das temperaturas com o uso de ar condicionado e outros equipamentos.

Passando o calor, o uso de equipamentos de refrigeração será reduzido, então, na cabeça de todos continuará a equivocada percepção de que o fornecimento de energia não correrá mais riscos - outro erro!

Muitos ainda pensam que há energia de sobra para manter diariamente todos os brinquedos ligados: TV, rádio, celulares, tablets e computadores.

A falta de água e de energia é uma realidade e precisa ser enfrentada, para tanto, acesso à informação (confiável), conhecimento e mudança de atitudes são a base que deverá garantir a nossa adaptação ao cenário que, infelizmente não é passageiro.

Os jornais de hoje estão preocupados com a exploração política deste cenário ambiental: “oposição vai cobrar explicações do governo Dilma”.

Faltou planejamento e boa gestão nos três níveis de governo, sim, sem dúvida alguma, mas poupar todos nós de responsabilidade, apostando no processo de vitimização, poderá custar muito caro.

Que as autoridades assumam a responsabilidade de reduzir a nossa ignorância, caso contrário ainda veremos manifestações nas ruas pelo direito de carregar as baterias dos smartphones. Não duvidem!

Neste exato momento, quantos equipamentos estão ligados nas tomadas de nossas casas? Estamos dispostos a ficar algumas horas longe do Facebook, do WhatsApp, do Twitter, da TV...?

* Professora dos cursos de comunicação da Faculdade Cásper Líbero.
Publicado no Portal Comunique-se: http://portal.comunique-se.com.br/index.php/artigos-colunas/76193-falta-agua-falta-energia-e-falta-informacao-info

COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
O problema de energia elétrica é crítico no Hemisfério Norte, no Brasil, não. Temos rios para as hidroelétricas, mas os biodesagradáveis travam tudo através do judiciário. Só Belo Monte já paralisou trabalhos 23 vezes!

A mídia disfarça, e desinforma, quando o assunto é segurança hídrica e energia elétrica. Já ouvi de um taxista que a culpa da falta d'água em São Paulo é do Lula, que iniciou a transposição do rio São Francisco... E ele me jurou que ouviu isso do pastor dele na TV...

Quer dizer, o governo do estado de São Paulo não investiu em segurança hídrica, vendeu a Sabesp, não arrumou os encanamentos furados do centrão velho da cidade, por onde se perde mais de 50% de toda a água tratada do sistema Cantareira, e a culpa é de Lula e de São Pedro, porque não choveu? Ora, tem chovido regularmente desde dezembro, o normal, em janeiro choveu acima das médias de anos anteriores, mas a população cresceu, consome mais água porque está mais quente, e a culpa é de São Pedro e do Lula, porque o Cantareira continua abaixando o volume morto?

É muita cara de pau!!!
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Não falta água em São Paulo! Não vai faltar água em São Paulo...

Richard Jakubaszko 
Pode isso Senhor Bispo? A gente reclama pra quem sobre as mentiras desse senhor desgovernador de São Paulo, Geraldo Mentiroso da Água Alckmin? Ele não aumentou a capacidade de captação e retenção de água das represas de São Paulo, com uma população crescente, esperou passar as eleições para deixar vazar a informação de que a capital e a grande região região da capital tinha problemas. Põe agora culpa no excesso de consumo e na falta de chuvas... Outra mentira, Senhor Bispo: tem chovido quase normal esses dias, até enchente voltou a ter em São Paulo...
A grande mídia ajudou, Senhor Bispo, não falou nada, escondeu o assunto, mesmo a gente tendo denunciado que desde março do ano passado há corte no fornecimento diário de água. Antes, era das 22:00 hs até 07:00 hs, o número de horas foi aumentando, aumentando, hoje fecha por volta de 14:00 hs e só reabre no dia seguinte, depois das 7:00 hs, quando volta é um filetezinho de água suja e sem-vergonha, normaliza só depois das 10:00 hs, e logo em seguida fecha de novo.
Excomunga ele, Senhor Bispo!
Caso contrário, ele pode se candidatar a presidente, e aí já viu o tamanho da encrenca que ele pode arrumar pro Brasil, né Senhor Bispo? Olha as mentiras dele no vídeo abaixo, Senhor Bispo, ele diz e repete que não falta água, e que não vai faltar água em São Paulo... 
Será que o eleitor sado-masoquista de São Paulo ainda acredita nesse desgovernador? Só sendo mesmo muito imbecil...

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Acredite, o mundo será muçulmano em 2045.

Richard Jakubaszko
Dentro de menos de 30 anos o mundo será completamente diferente daquele que conhecemos hoje. O mundo será muçulmano/islâmico, conforme as projeções apresentadas no vídeo abaixo.
Antes de postar o vídeo, ancorado no Youtube, mostrei o mesmo a algumas pessoas, que não apenas se surpreenderam, como ficaram estupefatas, mas outras mostraram indicações de entrar em pânico, só de pensar em como será o futuro breve.
Eu vou começar a aprender o árabe na semana que vem...

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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Não, nós não somos Charlie!

Daniel Strutenskey de Macedo

Observei que, em geral, todos lamentaram a violência. Porém, observei também que as pessoas não concordaram com a posição dos jornalistas, pois elas sentem que não é direito se utilizar da sátira e do humor para ferir os sentimentos que as pessoas têm do sagrado, da sua fé. Percebi que as pessoas prezam o sentimento de dignidade e é por isto que rejeitam a posição dos jornalistas, para os quais a liberdade de expressão não pode ter limites.

É compreensível que os jornalistas temam que haja restrições à liberdade de expressão, pois, fora do controle social, elas poderão se tornar censura. Todavia, é ainda mais compreensível que as pessoas priorizem o valor do respeito e da dignidade humana. Sem dignidade, o indivíduo não é pessoa, não é cidadão. Aliás, quando se lê as declarações dos direitos humanos, a de 1789, francesa, ou a de 1948, das Nações Unidas, fica claro que a DIGNIDADE vem antes. As declarações asseguram a liberdade de expressão, inclusive a religiosa, mas, antes, se posicionam em relação à fraternidade, dignidade, reputação das pessoas e às relações amistosas entre as nações.

Meu sentimento é que, em função da tragédia ocorrida, estamos agora rediscutindo valores. Valores já discutidos anteriormente e escrito nas Declarações. O que vale mais? A dignidade, a fraternidade, as relações amistosas entre as pessoas ou o direito dos jornais publicarem o que quiserem? O que vem antes?

Sou a favor do Estado Laico, mas há nações que preferem ser governadas por religiosos. Pelo que sei, a Declaração dos Direitos de 1948 foi escrita sob a liderança dos países que ganharam a Segunda Grande Guerra. Não incluiu os direitos dos vencidos, nem das minorias. Vários países da África, do Oriente e da Ásia eram praticamente colônias e muitos econômica e militarmente dominados pelas potências ocidentais. Penso que a questão religiosa tenha que ser rediscutida nas Nações Unidas e considere os países que não puderam influir no texto anterior. É uma questão complexa, pois além do direito e dos limites de expressão, envolve outros direitos civis negados pelas religiões, a exemplo da igualdade entre homens e mulheres, que não é observada sequer pela igreja católica, nem pelos protestantes, que comandam a religiosidade no mundo ocidental.
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O riso dos outros

Richard Jakubaszko 
Muita piada e muita discussão sobre o humor no vídeo abaixo, politicamente correto ou incorreto, mas um documentário interessante...
E você, o que acha do humor? Por vezes não ultrapassa as fronteiras do bom senso? Como no caso Charlie Ebdo x muçulmanos de Paris? Ou o humor pode o que quer? O perigo é de o humor ficar sem graça, por causa da autocensura... Ou o que se faz de humor hoje em dia é aquilo que só os imbecis conseguem entender? Vale uma boa reflexão...

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A Selic atual é um escândalo, é chantagem!



Richard Jakubaszko
Taxa Selic, de 2000 a 2014
A taxa Selic atual, de 11,75% a.a. é um escândalo. A mídia e o "mercado" exigem do governo a fixação de taxas mais altas para controlar a inflação.
O orçamento federal para 2015 define R$ 266 bilhões para pagamento de juros aos rentistas. É o montante fixado para pagar os juros da dívida pública, considerando a taxa Selic atual, de 11,75%. Portanto, cada 1% de juros da Selic representam quase R$ 20 bilhões ao ano.
É quase a soma total dos gastos com saúde (R$ 109 bi), educação (R$ 101 bi) obras do PAC e do Minha Casa (R$ 65 bi).
Equivale, ainda, a oito vezes o valor destinado aos programas sociais (R$ 33 bi).


Por que será que a oposição e a mídia não denunciam esse escândalo? Conivência, ou porque são beneficiados, são eles que receberão essa fortuna?

Temos uma das mais altas taxas de juros do planeta, a oficial, é claro, porque dos consumidores os bancos e cartões de crédito cobram juros de campeões da riqueza mundial! Os juros passam dos 200% ao ano, um disparate! Como o país pode crescer com essa usura?

Voltamos aos tempos de antigamente...
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A natureza nunca desiste


Richard Jakubaszko
A natureza nunca desiste... Com estes exemplos, não há forma de desistir e não resistir... Ou seja, não dê moleza, não seja indiferente, qualquer outra coisa é omissão...

Adapte-se criativamente, se necessário...

Equilibre-se, para não cair nos precipícios da vida...
Rompa as barreiras com coragem...
Entre em harmonia com o que é possível, mas resista...
Saiba ser belo(a) no meio do frio concreto, resista...
Você nunca estará sozinho(a) ao resistir...
Viu só? O resto da turma vem em seguida...
Há tempo de esperar e de florir...
Vá fundo no que você precisa...

Não meça esforços, vá fundo, não desista!
Se não der pra ir fundo, vá de lado, mas vá...

Enviado por Hélio Casale, engenheiro agrônomo, e cafeicultor teimoso que não desiste...
As legendas são do blogueiro, que não desiste nunca, e é chamado de teimoso, nunca de persistente...
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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Água em São Paulo entra em colapso, e vai provocar êxodo urbano.


Richard Jakubaszko
É o que dizem os especialistas. A mais grave crise de abastecimento de água potável no estado de São Paulo, principalmente na Região Metropolitana, ainda

não foi tratada com realismo por parte da mídia e das autoridades. Até agora, o que se viu e ouviu sobre o nível dos reservatórios, não retrata a verdadeira “guerra civil” que se aproxima nos próximos meses, garantem especialistas.
Desde o segundo semestre de 2013, a irregularidade de precipitação, atrelada ao consumo excessivo, à péssima malha de distribuição de água e a falta de investimento por parte do governo para captar e tratar a água levou a uma redução muito drástica do nível dos principais reservatórios que abastecem as regiões de Campinas, Itu e São Paulo.

O maior destaque dado pela mídia, o Sistema Cantareira, que já não possui mais capacidade natural de armazenamento de água, está agonizando com sua segunda reserva técnica sendo retirada e com data para acabar.

Nesta segunda-feira (05/janeiro/2015), o nível de armazenamento do conjunto de represas do Cantareira atingiu apenas 7% da capacidade máxima, levando-se em consideração a segunda cota do “volume morto”. Em maio de 2014 foram acrescidos 182,5 bilhões de litros de água da reserva técnica e que já estão acabando.

O governo do estado de São Paulo, que expôs ao mundo a falta de gerenciamento para com o bem mais importante que existe para a sobrevivência de qualquer espécie, segue a linha de raciocínio acreditando sempre que dias melhores virão e que a água da chuva voltará a encher os reservatórios e que ao final tudo acabará bem novamente.

A visão é duramente criticada por geólogos, hidrólogos e pesquisadores ligados ao campo hídrico, econômico, ambiental e político.

De acordo com Pedro Côrtes, geólogo e professor de gestão ambiental da Universidade de São Paulo (USP), a situação vivida pela população ao longo do ano de 2014 ainda não foi dramática.

“Estamos no começo da crise. O pior ainda não aconteceu”, acrescentou o pesquisador.

O déficit de precipitação de mais de mil milímetros atrelado ao “esquecimento” no investimento por parte do governo deve gerar ao longo de 2015, marcas jamais vividas na história recente de qualquer cidadão brasileiro, garantem os pesquisadores.

Dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe) mostraram que ao longo de 2013, a precipitação acumulada, principalmente entre a Região Metropolitana de São Paulo e o nordeste do estado, na divisa com Minas Gerais, onde estão as seis represas do Sistema Cantareira, oscilou entre 1.300 e 1.500 milímetros. Já em 2014, o acumulado variou em média entre 900 e 1.100 milímetros. Algumas estações não computaram nem 700 milímetros de chuva ao longo de todo o ano.

A cidade de São Paulo, principalmente, deve entrar em colapso total antes do final de 2015, onde moradores não terão água para beber, indústrias promoverão a demissão em massa, pela falta de água na produção das mercadorias e a migração de famílias inteiras para outras regiões será única e exclusivamente em função da inexistência de água. Esse é o cenário mais otimista alertado com muita antecedência pelos pesquisadores.

O comércio, a indústria e os moradores residentes em São Paulo, bem como a área metropolitana, sentirão não apenas no bolso, mas no método de sobrevivência, tamanha ingerência política.

Os pesquisadores, que já haviam indicado a possibilidade ainda em 2013, agora cravam a certeza de que teremos um êxodo urbano, ou seja, a população migrando da cidade grande para o interior, devido, exclusivamente, à falta de água potável para a sua sobrevivência e também pela demissão em massa e a crise econômica que ela irá alavancar.

A mídia e o governo não mostraram ainda a gravidade que se aproxima com o fim da água potável dos principais reservatórios, o que não significa que em anos seguintes, o armazenamento não seja recuperado. Cabe à população administrar suas tarefas e gerir a pouca água que resta. Mesmo que chova o dobro do que foi perdido nos últimos dois anos, as represas demorariam, pelo menos cinco anos, para recompor o que foi perdido.

São Paulo está à beira do colapso, mas, como sempre, a gente acredita em dias melhores, ou na chuva que cairá. E isso terá um preço muito alto a ser pago por todos.
Não existe milagre, mas sim planejamento. E planejamento é o que menos fizeram nos últimos anos para com a água de São Paulo.

(Crédito das imagens: Reprodução/Sabesp – Arquivo/Denny Cesare/Moacyr Lopes/Folhapress Arquivo/Luis Moura/Estadão Conteúdo – Arquivo/Nacho Doce/Reuters)
(Fonte da informação: De Olho No Tempo Meteorologia)

Enviado pelo navegante e comentarista deste blog, Gerson Machado, um mineiro cidadão do mundo que jamais viu tamanha desfaçatez pelos mundos afora onde tem viajado.

Este blogueiro, que vem denunciando a falta de gestão do desgovernador de São Paulo, pergunta: você votou nele? Pois vai fazer todos nós sofrer com isso. O blogueiro não votou em Geraldo Alckmin, e jamais fará isso!
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domingo, 11 de janeiro de 2015

Os EUA como alvo?



Daniel Strutenskey Macedo
Energias alternativas em pane...
Além de ver o sofrimento do Irã, a Arábia Saudita espera obter um segundo dividendo político-econômico com a brusca queda do preço do petróleo: testar a resiliência da produção norte-americana do petróleo de folhelho (shale oil, em inglês), uma rocha sedimentar que é explorada por meio de técnicas conhecidas como fratura hidráulica e perfuração horizontal. Nos últimos anos, essa indústria se desenvolveu de forma impressionante nos EUA.

A revolução do folhelho é um fenômeno que dificilmente ocorreria em outro país que não os Estados Unidos. Graças a um sistema regulatório que permite um investimento rápido e a uma legislação que dá ao dono da terra (e não ao governo) os direitos de mineração, a produção nas formações de folhelho foi acelerada e hoje envolve 6 mil companhias diferentes disputando e aquecendo um mercado abastecido por 4 milhões de poços nos EUA. Neste cenário, a produção norte-americana de petróleo cresceu 60% desde 2008 e, até 2016, o país pode se tornar o maior produtor do mundo, ultrapassando a Arábia Saudita. Há tanto petróleo no mercado dos EUA que o país se tornou autossuficiente e, em junho, pela primeira vez em quatro décadas, o governo autorizou exportações de petróleo cru.

Os privatistas da Petrobras estão alegres...

O folhelho colocou Washington na rota de uma independência energética que preocupa os sauditas, pois poderia minar a antiga parceria entre os dois países, baseada na troca de segurança militar pela segurança energética. Para a Arábia Saudita, o preço baixo do petróleo pode ser um obstáculo para a novata indústria norte-americana, uma vez que a maioria dos milhares de empresários envolvidos na produção tem grandes dívidas, feitas para financiar o início da exploração.


Está claro que a Arábia Saudita resolveu deixar arder um mercado em chamas. Encastelados em reservas gigantescas de petróleo e dólares e com a produção mais barata do mundo, os sauditas vão perder, mas menos do que seus rivais e até aliados. De quebra, vão ver alguns possíveis concorrentes saírem do mercado ou adiarem explorações consideradas demasiado caras, como no Ártico ou em águas profundas – caso do pré-sal da Petrobras, o que ajudar a explicar a queda nas ações da estatal brasileira.

O conforto saudita com a depreciação acelerada do petróleo é tão grande que, em 22 de dezembro, o ministro saudita do Petróleo, Ali al-Naimi, não colocou prazo para acabar com a estratégia de não interferir no mercado. Questionado pela CNN até quando seu governo manteria a produção constante, foi conciso: “para sempre”.
Para sempre, diz a OPEP, mas dou 6 meses...
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