quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O chororô da indústria canavieira



Richard Jakubaszko

Marketing da terra 
Carece de inteligência e bom senso o chororô estimulado pela cadeia do etanol de acusar o Governo Federal de praticar uma política de preços populista para a gasolina, com ameaças de “quebrar a Petrobrás”, ao mesmo tempo em que
reclama desses mesmos governantes de que não há uma política de preços para o etanol. É a política do bate-e-assopra.
Vejamos quais são os problemas, os paradoxos, incoerências e inconvenientes:

1º- Um concorrente nunca deve pedir ao seu principal opositor, que “aumente os seus preços”, o que é óbvio e elementar.

2º- O setor idealiza um faz de conta, na medida em que deseja o Governo Federal praticando preços “não populistas” para a gasolina ao mesmo tempo em que incentivaria preços remuneradores para o etanol. Faz sentido isso, quando sabemos que na cultura popular brasileira o preço dos combustíveis é um balizador da inflação? E que o Governo nesse momento luta para segurar a inflação ao mesmo tempo em que estimula a economia a crescer.

3º- Se o setor sucroalcooleiro imagina que isso possa acontecer, e que depois poderá produzir ainda mais açúcar para exportar, é porque tem gente desfocada na liderança do setor.

4º- O segmento parece precisar de um espelho, para perceber que multinacionais já dominam as agroindústrias de açúcar e álcool. Isto obriga ao segmento a ter uma nova postura.

5º- O chororô não convence. Reclamam as lideranças que, com os atuais preços do etanol, a indústria canavieira não tem capacidade para investir no aumento de produção industrial e muito menos na expansão das lavouras. Lembremos outro choramingo recente, de que não tinham como financiar estoques para a entressafra. O Governo Federal liberou dinheiro para financiar os estoques, e eles não foram suficientes, pois tivemos de importar etanol de milho dos EUA, uma vergonha nacional.

6º- Há uma briga de egos e de interesses divergentes entre as lideranças da cadeia do açúcar e etanol, prova maior disso foi a queda no início deste ano do presidente da União das Indústrias Canavieiras, Unica, Marcos Jank.

7º- Esquecem as lideranças do segmento que o etanol continua sendo subsidiado, na forma de garantia e reserva de mercado por participar com 20% na mistura da gasolina. É, portanto, um setor que já tem generosos benefícios do Governo Federal e da sociedade, mas deseja mais, almeja soluções amigas resolvidas nos tapetões do poder.

8º- Imaginam que os seus prospects futuros, o consumidor europeu, especialmente, não percebam essas manobras políticas. E sonham em exportar o etanol para a Europa, e também aos EUA, quando nem o mercado nacional conseguem abastecer. Desejam que os europeus saiam debaixo do chicote do mundo árabe, no fornecimento de petróleo e gasolina, para vir sorrir debaixo do chicote dos usineiros brasileiros.

9º- O setor sucroalcooleiro, com esse chororô, imagina pressionar o Governo Federal e os consumidores, com a possível ameaça do “pode faltar”, como fez na década de 1980, quando os automóveis tinham motores de usos exclusivos, ou gasolina ou etanol. Fingem esquecer, mas hoje os carros são flex fuel, e o consumidor tem a palavra final, conforme publicamos nesta seção, na edição anterior. Bastou os preços do etanol chegarem aos 70% da equiparação com os preços da gasolina, devido à desvantagem do poder calorífero do etanol e maior consumo por km rodado, o consumidor desprezou a questão ambiental da poluição nas áreas urbanas.

10º- As usinas deveriam investir parte de seus lucros, nesse momento, deveriam pensar em reduzir custos e aumentar a eficiência nas lavouras e nas indústrias, na fermentação mais eficiente, para produzir mais etanol por hectare, já que começou a melhorar a imagem do segmento por ser fornecedor de energia elétrica, por poluir menos os rios ao não jogar a vinhaça nos mesmos, e por não mais queimar a cana, praticando a colheita mecânica.
Ganham dinheiro queimando palha, usam menos fertilizantes e reduziram custos com a mão-de--obra. Estes três elementos por si só melhoraram as margens de lucros das usinas.

Talvez isso fosse bom negócio para os usineiros de antigamente, mas hoje em dia o que predominam são as multinacionais, e a sede de lucros com esses é muito maior.
Por isso, o chororô não convence.
E esse marketing, definitivamente, não funciona mais.

Publicado originalmente na revista Agro DBO / nº 37, setembro 2012 - Licença permitida de reprodução, desde que citada a fonte: www.agrodbo.com.br
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7 comentários:

  1. José Carlos Ferreira D'Aquino13 de setembro de 2012 às 17:26

    Caro Richard
    precisa de muita coragem pra criticar como o que vc escreveu sobre a política dos poderosos usineiros. O Governo Federal erra, mas agora a gente sabe os porquês!
    Congratulações, e muita saúde!

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  2. Richard,
    Gosto do seu blog, mas desta vez, você saiu numa vertente que se não está totalmente equivocada e distante da realidade, é quase isso pois os acertos são realmente muito poucos. Vários erros são factuais.

    Primeiro, o setor nunca defendeu o aumento do preço da gasolina como solução para nada. Isso está amplamente documentado há muito tempo. Basta você pegar qualquer documento levado ao governo, qualquer powerpoint utilizado por qualquer consultor ou diretor da ÚNICA – você não vai encontrar em nenhum momento qualquer defesa do aumento ou da liberação do preço da gasolina. É posição assumida pela UNICA, que é quem negocia com o governo, nunca, em nenhum momento, defender isso, por dois motivos bastante simples. Primeiro, não é uma solução, como alguns, de forma muito simplista, querem fazer crer. Segundo, porque defender isso é de uma idiotice ímpar, pois entrega o setor de bandeja para o governo colocar-lhe a culpa quando, finalmente, for obrigado (como será eventualmente, e Graça Foster já sinaliza há algum tempo) a aumentar o preço da gasolina.

    Se o governo acredita nisso como política, é uma questão para o governo decidir se deve ou não continuar, ou parar, mas não é assunto do setor. O que é assunto do setor é COMO essa estabilidade artificial para a gasolina vem sendo mantida, ou seja, através da desoneração da gasolina, com a redução gradativa da CIDE. Então, o setor não reivindica, nunca reivindicou e nunca irá reivindicar que se libere o preço da gasolina – se você concluiu isso por sua conta, concluiu errado, e se ouviu isso de alguma pessoa ligada ao setor, por favor não confunda isso com “o setor” falando. Nem mesmo a UNICA pode ser considerada inteiramente “o setor” pois ela não representa todas as empresas, mas certamente ela é muito mais representativa do que qualquer pessoa que, individualmente, se ache no direito de falar pelo setor. Pessoas assim falam apenas e exclusivamente por si próprias, e nada mais. É assim que devem ser citadas na mídia, de preferência com seus nomes também expostos, para que assumam a responsabilidade pelo que gostam de dizer, quase sempre “em off”. Por fim, a UNICA é, de fato, interlocutora do governo, enquanto alguns que vivem opinando no escuro e se entendem como porta-vozes “do setor”, não são interlocutores de nada nem de ninguém.

    Então o setor pede, sim, que o governo DESONERE o etanol, da mesma forma que desonerou a gasolina ao longo de anos, até para não fazer um papel tão na contramão do que ocorre no resto do mundo, onde se onera o combustível sujo e se desonera o limpo e renovável. O Brasil comete o absurdo de fazer o CONTRÁRIO disso, efetivamente fomentando o consumo de gasolina (gasolina que não temos e que é importada em volumes superlativamente maiores do que os de etanol importado, que parece te incomodar muito mais... o que seria melhor, deixar o consumidor a ver navios?). E o absurdo só aumenta: hoje, no Brasil, paga-se mais impostos por quilometro rodado com etanol do que com gasolina... faça a conta Richard, é bem interessante essa realização governamental!!

    Dessa forma, as contas da Petrobras são torpedeadas de forma bastante significativa e pública – não por acaso, graças à tutela governamental escancarada, é a única petroleira no mundo que perdeu valor em suas ações no último ano e meio. Isso também pressiona fortemente a limitada capacidade da infraestrutura nacional de distribuição de combustíveis, hoje já no limite, como admite abertamente a Petrobras. Já vivemos sob risco de um “apagão” de combustíveis em determinadas regiões, particularmente de gasolina, pois o sistema não foi desenvolvido para aguentar tamanha expansão na demanda por gasolina... Situação, de novo, causada pelo atual conjunto de políticas públicas para o setor de combustíveis (ou, a ausência de políticas públicas, talvez seja mais adequado).
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    1. Adhemar,
      respondendo por partes seu longo e-mail, maior até mesmo que mue artigo:
      1 - em nenhum momento afirmei que foi a Unica quem exigiu aumento de preços da gasolina. Foram "consultores" do setor, gente de peso, ligados às usinas.
      2 - comungamos da mesma opinião, de que tive alguns acertos no artigo, que prefiro rotular de "auto-crítica", ao invés de provocação. Continuo sendo "fogo-amigo".
      3 - se o km rodado com etanol é mais elevado do que com gasolina tem alguma coisa errada, pois não deveria ser assim, o petróleo é uma das coisas mais caras do mundo, por conta da mentira marqueteira de que vai "acabar". Nesse raciocínio o etanol nunca será competitivo o suficiente.

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  3. Mas é bom frisar e repetir seguidamente que o preço da gasolina é, de fato, apenas um detalhe nessa equação. Quem insinua que aí está todo o problema, erra redondamente – você seguramente nunca ouviu ninguém ligado à UNICA tratar o problema dessa forma. Problema muito maior é a inexistência de uma perspectiva de longo prazo, pois nunca se soube, em nenhum momento, o que se pretende para o etanol no mercado brasileiro. Ao contrário, por exemplo, dos Estados Unidos, que decidiram pelo etanol em 2007 e em 2010-11 já eram os maiores produtores do mundo – porque lá existe um plano, que diz quanto etanol deve ser produzido e consumido a cada ano até 2025... mero sonho para nós aqui no Brasil, que não sabemos o que acontecerá amanhã (muito menos qual acrobacia será feita para preservar o preço da gasolina).

    É essa falta de perspectiva que impede investimentos na expansão do setor, que é essencial para que se atenda à demanda, ainda crescente, pelo etanol e por outros produtos que vem da cana. Sem novas usinas, não vamos atender a essa demanda, muito menos à demanda externa, que ao contrário do que você insinua, passa longe das preocupações do setor neste momento. Veja que recentemente registrou-se crescimento das exportações para os EUA – consequência direta da não utilização do etanol aqui produzido no mercado doméstico. A realidade é que aquele mercado (americano) está lá, aberto e demandante, mas o setor sucroenergético brasileiro (sucroalcoleiro acabou Richard, estamos em outro momento e faz tempo!) só envia para lá o que pode ser enviado sem prejuízo para o abastecimento doméstico. A demanda é real, compensadora, os americanos perguntam a todo instante que perspectivas vemos para a produção futura... Fosse o setor totalmente irresponsável, poderia enviar muito mais etanol para lá, a preços muito interessantes, mas não é isso que está ocorrendo de fato – por quê a dificuldade para reconhecer? E sinceramente não sei de onde você tira qualquer ambição de exportar para a Europa – isso está ainda mais distante da cabeça do produtor brasileiro, pois nem passa pela cabeça dos europeus mexer em sua altíssima tarifa, maior até do que a ex-tarifa americana. A curto ou médio prazo, a perspectiva de exportar para a Europa é igual a zero.

    Enfim, você pintou um quadro que nem de longe bate com a realidade. O setor não procura benesses e não é “subsidiado” como você afirma – o mandato de mistura é uma estratégia para estimular o setor, cada vez mais utilizada mundialmente – avise se quiser, envio a você um quadro com a evolução no número de países que vem adotando mandatos de mistura, como forma mais eficaz de fomentar a produção do etanol. Subsídio é dinheiro entregue diretamente ao produtor para que ele produza, como acontece na Europa e nos EUA, portanto zero a ver com a indústria brasileira da cana. No Brasil, desde o final da década de 90 não existem subsídios diretos para este setor, pelo menos dentro de definições amplamente aceitas para a palavra subsídio pela OMC.

    O que o setor procura, então, é um mínimo de previsibilidade – veja que não se fala em garantias, o que não seria razoável, mas em se ter a condição mínima de planejar para a frente, algo que hoje é completamente impossível. Não se sabe que papel o etanol deve ter na matriz energética, e enquanto isso a gasolina, com preço artificial e destrutivo para a Petrobras (e em breve, se continuar como está, ruim para toda a sociedade), estabelece um teto, igualmente artificial, que reduz e elimina qualquer margem que o produtor tenha com o etanol. Como não há fórmula, não há sistema para essa, digamos, “administração” que o governo faz do preço da gasolina, e é com a gasolina que o etanol tem que concorrer na bomba graças à prevalência crescente do carro flex... Ora, como, meu caro, você imagina que seja possível “concorrer” com a gasolina, sendo o etanol um produto de mercado, sujeito às pressões naturais de oferta e demanda que para a gasolina não existem? Para a gasolina, se o custo de produção ou de importação sobe, o governo socorre...
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    1. Adhemar,
      a definição de subsídio é ampla, a reserva de mercado pode não ser um subsídio direto, mas não deixa de ser um incentivo. Em nosso debate a questão iria para a semântica.
      A verdade é que só o setor da cana pode resolver suas questões, de custos e de investimentos, e deveria ficar à margem do governo. Problemas de mercado, de percurso, com crise ou sem crise internacional, são externalidades que acontecem em qualquer mercado. Foi essa a ótica do meu artigo.

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  4. Mas, para o etanol, o produtor repassa seu aumento de custo e o preço para o consumidor ultrapassa a paridade de 70%. E com isso, toca aquele sininho na cabeça do consumidor, que então abastece com gasolina. Isso não representa qualquer surpresa para ninguém – o consumidor reage dessa forma aqui e na Conchinchina, o bolso sempre fala mais alto. Por que cargas d’água, então, qualquer empresa haveria de investir centenas de milhões em uma nova usina que seja, se a única perspectiva que se tem é de ficar “zerado” ou perder dinheiro em dois ou três anos, quando essa usina estará, finalmente, produzindo a plena capacidade?

    Como último registro, quero frisar que a sua impressão sobre a presença de multinacionais também está totalmente equivocada, sem qualquer sustentação nos fatos. Hoje, o volume de cana processada no Brasil sob controle de capital externo não passa de 30% do total da moagem nacional. Como na cana tudo é mensurado conforme a moagem, esse é o percentual visto como representativo da presença do capital externo no setor. Muito inferior ao mesmo percentual em praticamente qualquer outro braço do agronegócio nacional como você bem sabe, portanto, no caso da cana, é difícil imaginar o porquê de tamanho “auê” com relação às multinacionais. Talvez, para quem pensa assim, teria sido melhor deixar que ocorresse uma ampla quebradeira após a crise global de 2008-09, quando aconteceu boa parte da consolidação que envolveu capital estrangeiro...

    Muito mais importante do que a origem do capital é o seu compromisso com o setor. Já vivemos a fase dos aventureiros, que achavam que iam aterrissar na cana, sair em um ano e realizar lucro. Hoje, está bastante claro que já houve uma depuração, e quem permanece dentro sabe que tem que continuar dentro, para realizar resultados a longo prazo. O problema agora é outro e independe da bandeira do capital: continuando as coisas como estão, a única conclusão a que se pode chegar é que querem empurrar todos para longe dessa atividade, tornando-a inviável enquanto vítima de um governo cabeça dura e incapaz de raciocinar e agir com alguma agilidade.

    Enfim, você é inteligente, já li muita coisa boa em seu blog, portanto estou aqui na dúvida se você fez esta coluna como mera provocação ou porque realmente acredita nisso tudo que está escrito, ou apenas gosta de ser “do contra” pois você está contrariando, para profundo incômodo do governo, o que praticamente toda a mídia nacional pensa da atual situação. Espero que seja só por provocação – valeu pela diversão. Mas no mundo real, a palavra “chororô” não é aplicável. O que existe hoje está sendo sonoramente condenado, por analistas e observadores de toda sorte e tendência, que caracterizam (corretamente) as políticas governamentais que levaram ao que temos aí como um verdadeiro “perde-perde” – todos perdem: o setor sucroenergético, a Petrobras (e seus donos – nós), e em breve todos os consumidores brasileiros, inclusive aqueles que nunca usaram e não precisam de gasolina, porque a represa, um dia, vai ceder. Não vamos nem falar do meio-ambiente, grande perdedor devido ao aumento nas emissões que o crescimento no consumo da gasolina e redução no do etanol estão causando.

    A memória curta, aparentemente, continua sendo um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta, pois parece que já se esqueceu o que acontece quando se represa um preço artificialmente por muito tempo. Então, vamos deixar acontecer... só não me venha, depois, dizer que isso também é culpa dos usineiros!!

    Abraço, e antes que você pergunte, não, isto não é para publicação – é uma mensagem minha para você apenas, nada mais. Na segunda-feira, vamos anunciar uma coletiva para divulgar a revisão de nossa projeção para a safra 2012-13... deve ser na quinta, dia 20, no final da manhã. Apareça se puder e vamos conversar!

    Adhemar Altieri
    Diretor de Comunicação Corporativa
    União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA)

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    1. Com ou sem chororô, ou reivindicação, as respostas e soluções devem vir do próprio setor, disso não tenho dúvida.
      Fico feliz em ver que a mídia em geral tem opinião contrária à minha também na questão do etanol. Como jornalista, e blogueiro, tenho outras divergências com a mídia, especialmente a do "pensamento único" que grassa hoje no país, no político e no ambiental.
      Estarei lá, dia 20 próximo, se for convidado, como sempre fui.
      Não sou do contra, saiba apenas que, ao longo de meus 48 anos de atividade no setor, fui um dos maiores incentivadores, nos anos 1970, da implantação do Proálcool, do qual sempre me orgulhei. Cunhei a frase "Álcool, a caderneta de poupança do Brasil". Mais do que nunca, hoje em dia, uma enorme verdade.

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