quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mulas eletrônicas

Roberto Barreto, de Catende

Tenho enorme dificuldade para responder, na lata, às baixarias que recebo como um tabefe na cara. Inclusive, embora ainda não haja feito uma merecida avaliação, desconfio de que, quanto mais baixo, o golpe, mais demorada a reação. Essa abertura vem a propósito de um certo procedimento que vem sendo vigorosamente retomado, visto que foi uma constante durante todo o governo Lula, por pessoas amigas na Internet. Refiro-me às mensagens criadas, imagino, por centrais de difusão de lixo mental, que passam a circular na rede usando as pessoas no papel de mulas eletrônicas. Representação que não me surpreenderia se concebida sob inspiração das chamadas mulas que o tráfico internacional utiliza para espalhar suas drogas e misérias, em larga escala, no mercado mundial.

Eleitor do PT desde longa data, tendo ido às ruas na campanha de Lula contra Collor e comemorado a vitória do Picilóvi na Avenida Paulista, sou um excelente alvo para as estocadas dessas mulas reacionárias que a si arrogam o apanágio da inteligência universal. Assim, dia após dia, noite após noite, abro a caixa de entrada do correio eletrônico e lá estão as revelações deixadas pelas mulas eletrônicas. No contexto, nunca é demais lembrar aquela capa, publicada pela revista VEJA, espécie de Bíblia das mulas, estampando um pé na bunda do presidente escolhido pela maioria dos brasileiros e eiras. Em geral, as mulas eletrônicas investem contra o presidente Lula, apresentando-o como um chefe de quadrilha formada pelos maiores ladrões que o país jamais conheceu. Dona Marisa, esposa do presidente, surge como analfabeta e inútil à nação, como se a tal primeira-dama houvesse recebido votos que a obrigassem a ter um papel político proeminente no governo. As imagens do presidente Lula da Silva e sua esposa, dona Marisa Letícia Lula da Silva, brasileiríssimamente vestidos de caipiras, continuam rodando na rede, achincalhados por não possuírem a nobreza das famílias reais europeias. Há mais, coisas muito mais vis, muito mais, também divulgadas em páginas e blogs da Internet, que jogam sordidamente com a intimidade de quem ao nosso país governa, mas fiquemos com os exemplos citados, pois são suficientes para denunciar o caráter das mulas.

As mulas eletrônicas, assim como as mulas do tráfico de drogas, têm lá, evidentemente, seu papel. As primeiras carregam o produto no cérebro, enquanto as dos traficantes ainda não conseguiram chegar a tal requinte e apelam para expedientes mais prosaicos, transportando a droga em fundos falsos de objetos, recheando alimentos, impregnando materiais. No máximo, no organismo humano, acomodam cápsulas no estômago. As mulas eletrônicas nada recebem, para cumprir sua missãozinha asquerosa, além de um conforto íntimo, enquanto as mulas do tráfico são recompensadas, muitas vezes até generosamente, pelo capital, sempre sujo. Com suas mensagens suspeitas, as mulas eletrônicas devem achar que são capazes de viciar opiniões, quando comumente conseguem apenas torná-las mais sólidas em suas convicções, enquanto as mulas do negócio clandestino realmente ajudam a tornar pessoas dependentes químicos das substâncias que traficam. As mulas eletrônicas perdem tempo, assim como as mulas traficantes, pelo menos comigo. 
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Um comentário:

  1. Fausto José de Macedo, de São Paulo18 de fevereiro de 2010 às 18:46

    Aqui Fausto José de Macedo, uma vitima das mulas eletrônicas que se dizem velhos conhecidos e antigos colegas, apenas uns classe mediazinhos porcarias que são apenas pedantes. Peessedebedantes, demodantes e outros dantescos. Todos fdp. Viva o Lula e o que ele representa em nosso País.
    Fausto

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